A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) pode ser causada pela covid e é usada como parâmetro, pela Fiocruz, para medir avanço. Foto: Nilton Fukuda
Chega a 18 o número de estados brasileiros com tendência de alta nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), segundo o Boletim Infogripe pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre as Unidades Federativas observadas, o Rio Grande do Norte tem destaque pelo sinal contínuo de aumento de registros de problemas respiratórios.
Segundo o estudo da Fiocuz, que abrange período de 15 a 21 de maio, o Rio Grande do Norte observou, em média, crescimento durante as últimas seis semanas, o que indica tendência de crescimento. Os casos apontam que o Estado está dentro da zona de risco para casos de SRAG causada pela Covid-19. O registro de alta também foi observado em outros 17 Estados: AC, AL, AM, AP, BA, DF, GO, MG, MT, PR, RJ, RR, RS, SC, SP, SE e TO.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave pode ser causada pelo SARS-CoV-2, o coronavírus, e vem sendo monitorada como parâmetro para acompanhar a pandemia de covid-19 no país desde 2020. Ainda de acordo com a Fiocruz, 48% das ocorrências de SRAG registradas nas últimas quatro semanas são em função da Covid-19. Em relação aos óbitos por SRAG, 84% das notificações foram relacionadas ao Sars-CoV-2 (Covid-19).
Para o coordenador do InfoGripe, o pesquisador Marcelo Gomes, os dados atuais indicam a permanência da associação dessa tendência de crescimento de SRAG com o aumento de casos de Covid-19. “Essa propensão vem sendo observada desde a Semana Epidemiológica 17 (de 24 a 30 de abril)”, explica.
Além dos Estados, 20 das 27 capitais têm indícios de crescimento na tendência de longo prazo. A pesquisa aponta que Natal (RN) está entre as cidades com elevação nos casos de SRAG ao longo das últimas semanas. A situação também é registrada em Aracaju (SE), Belém (PA), Boa Vista (RR), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Vitória (ES).
O boletim aponta, ainda, que há continua a predominância do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), seguido dos casos de rinovírus, Sars-CoV-2 e metapneumovírus. Nas demais faixas etárias, o Sars-CoV-2 é predominante entre os casos com identificação laboratorial.
No Rio Grande do Sul, observa-se presença de casos positivos para Influenza A (gripe) em diversas faixas etárias nas semanas recentes, com sinal de possível crescimento, ainda que em volume relativamente baixo.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 3,5% para Influenza A; 0,4% para Influenza B; 30,1% para VSR; e 48,1% para Sars-CoV-2. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,4% para Influenza A; 0% Influenza B; 6,6% para VSR; e 84% para Sars-CoV-2.
Tribuna do Norte